Depoimentos

A Diretoria da Associação de Diabéticos do Espírito Santo e Amigos – ADIES é eleita e empossada por maioria através da votação dos associados presentes, que se reúnem em Assembleia Geral de Associados a cada 03 (três) anos, no mês de outubro.

Primeiro Depoimento

“Eu, Esther Waite de Souza Oliveira Pinto, formada em educação física, sou diabética desde 1974. Na época eu tinha 7 anos e não conhecia e nem nunca tinha ouvido falar de ninguém que tivesse diabetes. Os testes de glicemia eram feitos na urina, as seringas de vidro, e não existia quase nenhum produto diet. Quando uma criança é limitada de comer o doce e tem que incorporar em sua rotina uma disciplina que até um funcionário de alto escalão é capaz de desistir, torna sua vida muito amarga.

Meus pais foram muito fortes e conseguiram fazer com que isso não fosse impedimento para nada na minha infância. Tive duas irmãs e um irmão e por isso na nossa casa sempre teve doces, biscoitos e etc. É claro que eu comia escondido. Minha mãe só soube 20 anos depois porque eu contei. A criança diabética normalmente cresce cheia de medos e culpas…Por isso é tão importante o apoio da família.

Por indicação do pediatra que diagnosticou o meu diabetes, Dr. Roberto Aires (o 1° anjo) participei dos grupos específicos para diabéticos que eram realizados no hospital do fundão com a Dra. Claudia Castilho ( o 2° anjo ) que nos orientou, a mim e a minha família. Chegando a adolescência não queria mais ir as consultas do hospital, e pior, não queria mais nada que me lembrasse que eu era diabética e tinha uma limitação.

Saí do hospital, comecei a me tratar em consultório particular e a esconder ao máximo o meu problema.

Casei com o Paulo, amor da minha vida, e tive um filho, Pedro Paulo, o segundo amor da minha vida. Fazia sempre os exames regulares, mas não fazia controle estrito ( que nada mais é que fazer as glicemias tantas vezes forem necessárias para averiguar se ela está nos padrões normais, se não estiver tomar a precaução devida). Resultado: em 1996 estava com uma retinopatia e precisei fazer laser.

Estava me sentindo tão infeliz e achei que iria morrer de alguma complicação diabética. Entrei num stress tão grande que tive uma crise de ansiedade (todos conhecem como síndrome do pânico) e em depressão, fui parar no hospital. Não saí de casa durante uma semana e não tinha vontade de levantar da cama. Resolvi pedir ajuda e comecei a análise com a Dra. Monica Tenenbaum (o 3° anjo). Saí da crise e vi que tinha que fazer algo por mim.

Fiquei sabendo do Diabetes in Rio II ( seminário de diabetes para leigos , familiares e profissionais da área de saúde ). Me inscrevi e presenciei depoimentos de pessoas que eram felizes e tocavam suas vidas normalmente. Procurei o médico responsável pelo congresso, dr Rogério Oliveira (o 4° anjo), e minha vida mudou desde esse dia. Comecei a fazer parte de associações, congressos, fóruns, tudo que pudesse me colocar cada vez mais perto desse diabetes que nada mais é do que eu mesma pois não posso separá-lo de mim . E assim comecei a cuidar dele como parte integrante do meu corpo, da minha alma.

Hoje, tenho uma disciplina exemplar que tenho que admitir, é estafante, mas tenho uma qualidade de vida que nunca tive antes. Os diabéticos que conheço hoje fazem parte da minha história, temos uma cumplicidade em comum e isso não deixa que me sinta sozinha e única.

E o mais importante: sei muito a respeito da minha disfunção e principalmente sobre como o meu corpo reage a ela. Olhando para trás vejo como o diabetes me ajudou a ser uma pessoa determinada, responsável, perfeccionista…entre outras coisas. Todos nós temos um momento em temos um “click” e resolvemos “cuidar” do diabetes. Aprendi a viver feliz com o diabetes, enxerguei que ele, sou eu e eu sou ele, vi a melhor parte de mim mesma e valorizei isso. Essa consciência foi a responsável pela minha “felicidade”, enquanto portadora de diabetes.

Reverti o meu comportamento de vítima para heroína. Com 29 anos de diabetes, concluo que o mais importante para qualquer pessoa que tenha uma doença crônica é se informar ao máximo, cuidar muito bem dela e não se isolar jamais. Como alguém, que não me recordo o nome, disse uma vez: “quer ter qualidade de vida, arrume uma doença crônica e cuide muito bem dela”.

Segundo Depoimento

Nosso filho “G.L.B.L.”, abriu o quadro de Diabetes Mellitus Tipo 1 quando tinha 01 ano e 05 meses de idade, apresentando cetoacidose diabética, em novembro de 2008.

Durante os primeiros anos, ele fez uso de insulina basal e em bolus (Lantus e Novorapid), medições frequentes de glicemia capilar (pelo menos 10 vezes ao dia), acompanhamento médico e nutricional periódico para ajuste de dieta e contagem de carboidratos.

Mesmo com todos os cuidados acima descritos, ele não obteve um controle glicêmico satisfatório e veio apresentando episódios de hiperglicemias constantes associadas a hipoglicemias.

Devido a dificuldade de controle glicêmico pela labilidade associada a ele, bem como ao fato do mesmo ter hipoglicemias severas assintomáticas, o que dificulta a prevenção, optamos pelo uso da BOMBA DE INFUSÃO CONTÍNUA DE INSULINA em agosto de 2010 que resultou numa grande melhora em seu controle glicêmico, podendo ser constatado nos exames de Hemoglobina Glicosilada abaixo.

Resultado dos Exames:

Tivemos não apenas a melhora do controle glicêmico, mas também a redução da frequência de hipoglicemias severas, em comparação com os esquemas de múltiplas injeções diárias.

Além disso, a bomba de infusão de insulina possibilita, nos períodos em que se contrai alguma infecção e em que há um descontrole glicêmico em razão da doença e/ou medicamentos, fazer ajustes no basal de forma a restabelecer o equilíbrio e assim que o quadro se normaliza, basta retornar para o padrão. Estamos muito satisfeitos com os resultados alcançados com a BOMBA DE INFUSÃO CONTÍNUA DE INSULINA.

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